Tarefa da Semana: Criação do "Jogo do Substantivos" no WordWall

 

Queridos (as) alunos (as).

Leiam o texto "El ahogado más hermoso del mundo", de Gabriel García Marquez:

Aquella noche no salieron a trabajar en el mar. Mientras los hombres averiguaban si no faltaba alguien en los pueblos vecinos, las mujeres se quedaron cuidando al ahogado. Le quitaron el lodo con tapones de esparto, le desenredaron del cabello los abrojos submarinos y le rasparon la rémora con fierros de desescamar pescados. A medida que lo hacían, notaron que su vegetación era de océanos remotos y de aguas profundas, y que sus ropas estaban en piltrafas, como si hubiera navegado por entre laberintos de corales. Notaron también que sobrellevaba la muerte con altivez, pues no tenía el semblante solitario de los otros ahogados del mar, ni tampoco la catadura sórdida y menesterosa de los ahogados fluviales. Pero solamente cuando acabaron de limpiarlo tuvieron conciencia de la clase de hombre que era, y entonces se quedaron sin aliento. No sólo era el más alto, el más fuerte, el más viril y el mejor armado que habían visto jamás, sino que todavía cuando lo estaban viendo no les cabía en la imaginación.

Após a leitura, criem no WordWall uma atividade em que os substantivos deste texto possam ser descobertos. Podem criar um jogo de forca, de perguntas e respostas, etc. O importante é usarem a criatividade!

Neste link há algumas atividades para vocês se inspirarem. Caso tenham dúvidas, vejam o tutorial que realizei abaixo.







#LeiaMulheresNegras: Buchi Emecheta e sua importância para além da literatura

Ontem (21/07), seria o aniversário de 76 anos da nigeriana Florence Onyebuchi Emecheta, a nossa querida Buchi Emecheta. Infelizmente, a escritora faleceu em janeiro de 2017, antes que nós, brasileiros, tivéssemos acesso à sua obra traduzida para o português do Brasil.No mesmo ano de sua morte, a TAG Livros, em parceria com a editora Dublinense, trouxe para seus assinantes a obra "Alegrias da Maternidade", que aborda questões de gênero e também representações de África e paradoxos entre a tradição x colonização. A obra foi publicada originalmente em 1979.


Em 2018, a Dublinense publicou "Cidadã de Segunda Classe", obra que traz em seu enredo vivências pelas quais a própria Buchi Emecheta passou. Apesar de haver uma personagem ficcional, chamada Adah, a narrativa também pode ser vista como biográfica em muitos aspectos.


O mesmo acontece com "No Fundo do Poço", primeiro livro da escritora a ser publicado em 1972, que também retrata a vida da personagem Adah, interpelada pelas vivências da própria Buchi. Embora tenha sido o primeiro a ser publicado, a obra é uma continuação de "Cidadã de Segunda Classe", já que ambas as narrativas retratam o deslocamento de Adah, que migra da Nigéria para Londres, a fim de buscar uma vida melhor. Entretanto, a personagem, assim como a própria Buchi, enfrentará/enfrentou muitas opressões de raça, gênero e classe em sua diáspora.


Após seus dois romances iniciais (No Fundo do Poço e Cidadã de Segunda Classe), Emecheta publicou The Bride Price (1976); The Slave Girl (1977); As Alegrias da Maternidade (Londres, 1979) e (Brasil, 2017); The Moonlight Bride (1981); Our Own Freedom (1981); Destination Biafra (1982); Naira Power (1982); Double Yoke (1982); The Rape of Shavi (1983); A Kind of Marriage (1986); Gwendolen (1989); The Family (1990); Kehinde (1994); e The New Tribe (2000). Além dos romances, publicou a autobiografia Head Above Water (1984); os livros infanto-juvenis Titch, the Cat (1979); Nowhere to Play (1980); e The Wrestling Match (1981); além de artigos acadêmicos e de opinião em revistas e jornais.


Buchi Emecheta teve que se casar muito cedo e desde o início de seu relacionamento sofreu sucessivas agressões, tanto físicas quanto verbais. Teve 5 filhos com seu marido Sylvester, mas separou-se aos 22 anos, após ele ter queimado o manuscrito de seu primeiro livro. Criou seus filhos sozinha (pois Sylvester negou ser pai das crianças), enquanto trabalhava no museu britânico e estudava sociologia à noite, curso este que concluiu com honras.


A escritora, depois de muitos "nãos" de editoras, conseguiu publicar seu primeiro livro após ganhar reconhecimento por sua escrita na New Statesman, revista londrina em que Buchi publicava seus relatos.


Emecheta é uma inspiração e suas obras são mais do que literatura; são vozes que, depois de tanto tempo, estão sendo, finalmente, escutadas.


Como sou pesquisadora, em minha dissertação analiso as duas primeiras obras da autora. Logo mais, pretendo trazer as suas respectivas resenhas.